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quinta-feira, 12 janeiro, 2017 - 8h52 | A OUTRA COLUNA

O Grande Navio e o Bote

Há dois mundos, o do grande navio e o do bote. O primeiro, gigante mesmo, prometia a passagem para o futuro, quebrou no século 20 e vai na inércia. O segundo de aparência frágil, precisa da força do remador e não tem nada pronto

A fase do jogo terminou no século 20 e para passar de fase é preciso abandonar o grande navio | ilustração
A fase do jogo terminou no século 20 e para passar de fase é preciso abandonar o grande navio | ilustração

No grande navio há todo tipo de gente com todo tipo de atributo, mas faltam peças, o combustível acabou e ele singra o oceano pelo movimento natural das águas. Não consegue chegar a lugar algum.

Ambiente | Tech | Sustentabilidade

Muita gente está no convés observando o horizonte, esperando que alguma coisa aconteça que tire o grande navio dessa situação. Muito se discute no salão, na ponte, pelo convés, mas não se chega a conclusão que atenda os requisitos de navegabilidade e sobrevivência de passageiros e tripulantes.

Ele está ali, suntuoso, refletindo o brilho do Sol e da Lua, ao sabor dos ventos. Tem um bote à disposição de cada um, mas a maioria, prefere acreditar que o socorro chegará a qualquer momento.

Faltam botões na casaca do comandante e a marujada esconde pelos cantos, as últimas provisões enlatadas, para vender aos passageiros no mercado paralelo. Vale para o ar condicionado e outros benefícios prometidos quando o grande navio ainda novo saía do porto em direção ao futuro.

Muitos ainda riem, outros até choram assistindo os “incautos” subirem no bote e se lançarem na incerteza das águas, armados com seus remos.

Nos seus rompantes emocionais, nem percebem que o bote se movimenta e deixa o grande navio para trás até sumir do alcance dos olhos.

Nessa hora lamentam ou escarnecem a “falta de coragem” do remador.

A fase do jogo terminou no século 20 e para passar de fase é preciso abandonar o grande navio. Ele não faz parte do enredo. Acabou.

Insistir nisso é correr atrás do próprio rabo.

Quem pensou o Google, o Facebook e assemelhados, pulou do navio e remou muito aprimorando o bote todos os dias. E você aí, parado, esperando o próximo movimento do navio.

A notícia é que o grande navio vai afundar e que ainda há botes em condição do uso. Aos remos.

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Pedro Reis é jornalista, ambientalista e artista plástico. Editor do FarolCom e do FarolCom Inteligência

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