segunda-feira,
12 janeiro, 2009 16:38
Pesquisador
defende aproximação entre ciência e
indústria
O
professor Fernando Galembeck, do Instituto de Química
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), defendeu
hoje (15) a aproximação entre ciência
e indústria. “Não dá para pensar
em pesquisa científica desvinculada do contexto”,
afirmou Galembeck em debate durante a 61ª Reunião
Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC).
Segundo
Galembeck, que desenvolve pesquisas aplicadas para a indústria
química, as universidades, as empresas e os governos
perdem oportunidades por falta de parcerias e de estratégias
para desenvolvimento e inovação.
O pesquisador
acredita que o investimento em pesquisa aplicada deve ser
prioridade nos planos de desenvolvimento de ciência
e tecnologia. Para ele, a conexão entre instituições
de pesquisa e a indústria poderia tornar o país
mais competitivo e desenvolver áreas em que ainda
há dependência de outros países, como
fármacos, equipamentos para telecomunicações
e tecnologias da informação.
“Existe
a ideia de que a ciência não tem a aprender
com as empresas, a ideia de que o fluxo é academia-atividade
industrial. E não é bem assim. É um
caminho de duas mãos”, argumentou. De acordo
com o pesquisador, muitas vezes, boas ideias surgem de problemas
práticos encontrados nas empresas, “e não
na leitura de papers [artigos científicos]”.
Galembeck
acredita que o Brasil pode liderar a “transição
global para uma era do pós-petróleo”,
mas ressalta que é necessário definir com
clareza onde se quer investir conhecimento e recursos. “Muito
dinheiro, discursos e boa-vontade não criam realidades
sem bons planos e estratégias”, argumentou.
Luana
Lourenço | Agência Brasil