Fiocruz/IOC conclui
primeiras seqüências genéticas do vírus
influenza A (H1N1) mapeadas no Brasil
segunda-feira, 18 maio, 2009 13:35
O sequenciamento genético
é uma ferramenta fundamental para acompanhar a evolução
do vírus no país e abre a possibilidade para
o desenvolvimento de protocolos de diagnóstico
As primeiras seqüências genéticas do vírus
influenza A (H1N1) mapeadas no Brasil acabam de ser depositadas
por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
O depósito foi feito em 15 de maio, no banco de informações
genéticas do National Center for Biotechnology Information
(NCBI), baseado no National Institute of Health (NIH), dos
Estados Unidos. O banco reúne seqüências
genéticas de quase todos os organismos conhecidos,
incluindo o genoma humano.
A colaboração com a comunidade científica
internacional é uma das prioridades dos pesquisadores
do Laboratório de Vírus Respiratórios
e Sarampo do IOC, que integra a rede de vigilância
liderada pelo Ministério da Saúde e atua como
referência nacional para influenza, realizando o diagnóstico
da doença no país. O material foi desenvolvido
a partir de dados coletados junto a três pacientes
- dois do Rio de Janeiro e um de Minas Gerais -, todos diagnosticados
no laboratório.
Um dos principais desdobramentos do sequenciamento é
a possibilidade de comparar os vírus detectados no
país entre si e em relação aos vírus
detectados em outras partes do mundo. “Uma análise
preliminar mostrou que o vírus encontrado nos casos
brasileiros são conservados entre si e, quando comparados
com seqüências depositadas por outros países,
vemos que eles mantêm as mesmas características,
ou seja, não existe indicativo de variação
em relação ao vírus que circula em
outras localidades”, aponta Fernando Motta, pesquisador
do Laboratório de Vírus Respiratórios
e Sarampo do IOC. Segundo o especialista, o sequenciamento
genético é uma ferramenta fundamental para
acompanhar a evolução do vírus no país
e abre a possibilidade para o desenvolvimento de protocolos
de diagnóstico.
As seqüências genéticas dos casos brasileiros
já NCBI foram publicadas pelo NCBI. Anteriormente,
já haviam sido efetuados depósitos de seqüências
genéticas do influenza A (H1N1) pelos EUA, Canadá,
Alemanha e Suíça, entre outros países.
Os pesquisadores brasileiros optaram por sequenciar o gene
da proteína de matriz (Proteína M) do vírus.
Como o genoma do vírus influenza é segmentado
– não é formado por uma seqüência
única de RNA, mas por oito segmentos –, foi
escolhido o gene da proteína M, uma das mais importantes
na estrutura viral.
“Por ser um vírus segmentado, cada um dos oito
genes evolui de maneira distinta. A proteína M é
uma proteína estrutural importante, a mais abundante
na composição do vírus, capaz de codificar
a síntese de duas proteínas. Por isso, ela
é usada como marcador para presença ou ausência
de influenza A nos procedimentos de diagnóstico”,
explica. Os pesquisadores aguardam a chegada de insumos
para dar continuidade ao sequenciamento de outros genes
do vírus. Mais quatro genes serão seqüenciados:
neuraminidase, hemaglutinina, NS e PB1.
O IOC atua como Laboratório de Referência Nacional
para Influenza, credenciado pelo Ministério da Saúde
e integra há mais de 50 anos a rede da Organização
Mundial da Saúde (OMS) de centros nacionais de influenza.
A rede nacional de laboratórios de vigilância
em influenza também é integrada pelo Instituto
Adolfo Lutz (SP) e pelo Instituto Evandro Chagas (PA), que
atuam como Laboratórios de Referência Regional
do Ministério da Saúde. Acesse as sequências
já cadastradas no mundo, inclusive as brasileiras,
em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genomes/FLU/SwineFlu.html
Mais informações na página do Ministério
da Saúde sobre influenza A (H1N1): http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534
Agência
Saúde
Leia também:
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de casos humanos de influenza A H1N1
(NO BLOG)
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