Novo nível
de alerta da OMS não muda estratégia de combate
à Influenza A (H1N1) no Brasil
quinta-feira, 11 junho, 2009 18:33
O governo brasileiro
tranqüiliza a população e reafirma que
serão mantidas todas as ações de prevenção,
diagnóstico e tratamento que já vinham sendo
adotadas
A ministra interina da Saúde, Márcia Bassit,
afirmou no início da tarde desta quinta-feira (11)
que a mudança no nível de alerta para a pandemia
de influenza A (H1N1) de 5 para 6, realizado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), não implicará
mudanças no trabalho realizado no Brasil para o enfrentamento
da doença.
O Ministério
da Saúde manterá as ações para
a detecção, monitoramento e tratamento de
pessoas infectadas pelo novo vírus da gripe, que
vêm sendo adotadas e colocadas em prática desde
24 de abril, quando foi feito o alerta inicial pela OMS.
A OMS divide o mundo
em seis regiões administrativas. A Fase 5 é
caracterizada pela propagação do vírus
de pessoa a pessoa em, no mínimo, dois países
de uma mesma região da OMS. A Fase 6 é caracterizada
quando a propagação do vírus de pessoa
a pessoa passa a ocorrer em, no mínimo, um país
de outra região. Para a OMS, isso caracteriza a pandemia,
ou seja, que o vírus se alastrou para, pelo menos,
duas regiões administrativas distintas designadas
pela OMS.
“A nova fase de alerta não significa maior
gravidade dos casos. A taxa de letalidade dessa doença
no mundo é de 0,5%, considerada baixa pela OMS, o
que não diminui, sob nenhuma hipótese, a nossa
responsabilidade de proteger a população brasileira”,
afirmou Márcia Bassit.
O Brasil se antecipou em todas as medidas recomendadas pela
OMS. Por isso, a nova situação não
muda em nada os procedimentos que o governo brasileiro adotou
para a vigilância, diagnóstico e tratamento
da doença. A elevação do nível
de alerta da OMS de 5 para 6, entretanto, não muda
a estratégia adotada pelo Brasil na prevenção,
combate e tratamento da Influenza A (H1N1). O país
mantém rede de vigilância em alerta em portos
e aeroportos para detectar, diagnosticar e encaminhar para
tratamento casos de pessoas contaminadas pela doença.
ESTRUTURA - A estrutura na área da saúde montada
para oferecer atendimento e assistência aos pacientes
diagnosticados no país segue atendendo os casos suspeitos
e confirmados. “Portanto, a população
pode ficar tranquila, pois o país está preparado
para o enfrentamento da Influenza A (H1N1)”, afirmou
a ministra – Interina. Atualmente, o país conta
com 54 hospitais de referência, com cerca 829 leitos.
A rede pública possui três Laboratórios
de Referência capazes de realizar os exames de diagnóstico
da doença em menos de 72 horas: Instituto Evandro
Chagas (PA), Instituto Adolf Lutz (SP) e Fundação
Oswaldo Cruz (RJ). Pelo protocolo de atendimento clínico
atual, casos suspeitos com sintomas leves, estão
recebendo tratamento e ficam em isolamento domiciliar por
sete dias, recebendo orientação da autoridade
municipal e/ou estadual de saúde.
O governo federal mantém em estoque 9 milhões
de tratamentos (estoque que deve ser transformado em cápsula
e cujo modo de acondicionamento garante validade de nove
anos). Os laboratórios oficiais têm capacidade
para produzir 300 mil cápsulas por dia. Para pronto
consumo, o Ministério da Saúde possui 12.500
tratamentos, sendo metade para adultos e outra metade para
crianças.
O Ministério da Saúde tem mantido total transparência
sobre os casos de gripe A no Brasil. Qualquer pessoa pode
consultar nota divulgada diariamente no site do Ministério
da Saúde (www.saude.gov.br) ou informa-se gratuitamente
pelo telefone 0800 61 1997. Todos os dias, desde 25 de abril,
o Ministério da Saúde divulga nota técnica
e nota à imprensa com atualização das
informações sobre a doença.
Um grupo de técnicos do ministério, Anvisa
e Ministério da Agricultura se reúne diariamente
para discutir a situação da doença
no país e evolução do número
casos confirmados e suspeitos. Um Grupo Executivo Interministerial,
com representantes de 16 órgãos públicos,
se reúne semanalmente para avaliar o quadro da situação
e avaliar a adoção de medidas relacionadas
ao tema.
MEMÓRIA - No dia 24 de abril, a OMS fez o alerta
sobre o surgimento da Influenza A (H1N1), inicialmente chamada
de gripe suína. Desde o alerta da OMS, o MS iniciou
o seu plano de contingência, com uma estrutura construída
desde o ano 2000. Trata-se de uma rede de vigilância
em saúde para enfrentar o vírus influenza.
A Presidência da República editou Medida Provisória
para a liberação de crédito suplementar
de R$ 129,5 milhões para intensificar as ações
na prevenção da doença.
Em 2003, o governo brasileiro fortaleceu essa vigilância
e preparou a rede nacional de laboratórios para o
diagnóstico da doença. Já em 2005,
foi criado um grupo com representantes de diversos ministérios
para realizar ações conjuntas para combater
o vírus.
PARA EVITAR O CONTÁGIO - Alguns dos exemplos
de cuidados para a prevenção e controle de
doenças de transmissão respiratória
são:
- Lavar as mãos com água e sabão (depois
de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes
de comer, antes de tocar os olhos, boca e nariz).
- Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato
com superfícies.
- Usar lenço de papel descartável.
- Proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou
espirrar.
- Orientar para que o doente evite sair de casa enquanto
estiver em período de transmissão da doença
(até 5 cinco dias após o início dos
sintomas).
- Evitar aglomerações e ambientes fechados
(deve-se manter os ambientes ventilados). É importante
que o ambiente doméstico seja arejado e receba a
luz solar, pois estas medidas ajudam a eliminar os possíveis
agentes das infecções respiratórias.
- Restrição do ambiente de trabalho para evitar
disseminação.
- Hábitos saudáveis, como alimentação
balanceada, ingestão de líquidos e atividade
física.
Agência
Saúde